As listas de discussão ligadas às áreas de cartografia, agrimensura e geografia bombaram nos últimos dias, com debates sobre as atribuições profissionais de cada categoria. Cartógrafos de São Paulo estão atualizando sua lista de associados, enquanto os do Paraná começaram a elaboração de uma tabela com honorários de serviços. Os geógrafos de todo o Brasil têm debatido a Resolução 1010 do Confea e seus desdobramentos, e já pensam em criar sua própria federação nacional.

500 participantes na Abec-SP

A lista de discussão da Associação Brasileira de Engenheiros Cartógrafos de São Paulo (Abec-SP) foi criada em abril de 2003 com o propósito de reunir profissionais interessados em reativar o grupo.

De lá para cá, a lista cresceu e hoje são mais de 500 assinantes, sendo 375 engenheiros cartógrafos e 127 estudantes de engenharia cartográfica, distribuídos por 21 estados brasileiros e seis países.

Abec-PR e tabela de honorários

A Associação Brasileira de Engenheiros Cartógrafos do Paraná (Abec-PR) está elaborando uma tabela de honorários de serviços. O grupo está recebendo contribuições para definir, em conjunto, todos os serviços e produtos possíveis de serem executados pelo engenheiro cartógrafo.

Para padronizar o recebimento das idéias, foi sugerida a apresentação dos dados em forma de uma tabela, da seguinte forma:

|Nome da Etapa | Descrição Resumida | Área de Atuação | Tempo de  Execução|

Todas as informações deverão ser enviadas para o e-mail abecpr@creapr.org.br. Periodicamente será repassada a tabela com as sugestões, e ao final de outubro está prevista a discussão final. Após definida a tabela, a mesma será apresentada na Assembléia da Abec-PR para o posterior registro no Crea-PR.

Geógrafos por experiência?

O Projeto de Lei n° 117/2004, do senador Sibá Machado (PT Acre), que revoga a Lei nº 7.399 de 4 de novembro de 1985 e o Decreto nº 92.290 de 10 de janeiro de 1986, dispõe sobre a competência para exercer a profissão de geógrafo.

O PL extingue os aparatos legais anteriores, que permitem a outros profissionais com curso de mestrado ou doutorado, ou ainda a quaisquer cidadãos que trabalhem há mais de cinco anos com a ciência geográfica, serem considerados geógrafos sem fazerem o curso de graduação.

O acompanhamento da tramitação do referido Projeto de Lei pode ser visualizado no site

www.senado.gov.br/sf/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=67553.

Todos na modalidade agrimensura e geografia

Na modalidade Agrimensura e Geografia, instituída pela Resolução 1.010/2005 do Confea, estão agrupados os geógrafos, engenheiros cartógrafos e agrimensores, tecnólogos e técnicos.

Atualmente, são mais de 2,8 mil geógrafos formados em mais de uma centena de cursos. Já os engenheiros cartógrafos são quase mil, provenientes de seis instituições de ensino. Os agrimensores passam de 3,2 mil, com oito cursos distribuídos em todo o Brasil.

O fato de todos esses profissionais estarem em uma mesma modalidade vem gerando conflitos entre as categorias, já que a resolução não é totalmente clara sobre onde termina uma atribuição e começa outra. Infelizmente ainda não há uma solução prevista para o curto prazo.

Fenageo

O projeto de uma Federação Nacional de Geografia (Fenageo), nos mesmos moldes do Confea, vem sendo debatido há tempos nas listas de discussão da área. Atualmente, já existem as Associações Profissionais de Geógrafos (Aprogeo) em vários Estados, que estão se organizando para quem sabe, no futuro, formar uma federação a nível nacional. Para os geógrafos, seria a “independência” do Confea, com suas vantagens e desvantagens.

Por Eduardo Freitas Oliveira